14h, das 2 horas que a tarde acabara de celebrar, estava calor e nem por isso queria ficar em casa, as aulas começariam mais tarde. Estava sol e o meu ego ficara preso num sítio qualquer que não me recordo agora, talvez tenha sido da cerveja que bebi para te guardar.
Eram tarde, não a tarde do escurecer do dia, era a divisão que fazemos pós-almoço e o que eu mais queria era encontrar-te.
Compro um maço de cigarros, um livro do Edgar Allan Poe e vou para O jardim. Chego, são pares de mãos dadas, sorrios e bocas tocando um hino solene, são pássaros dançando e redesenhando o seu percurso. Páro. Busco um lugar no meio da relva, abro o maço e fumo um cigarro inteirinho sem pensar em nada. Saco então do livro do Poe e leio o conto do gato. Resumidamente conta-nos a estória de um casal e que o senhor tinha problemas alcoólicos. -falha-me a memória- O casal tinha um gato sem olho, arrancado pelo senhor, numa ânsia de matar tal animal ele mata a sua mulher. (talvez a estória não seja tão assim, mas a morte é uma constante)
Fazia-se Tarde e eu tinha de ir para a faculdade, fingir que queria estar ali, que queria aprender, fodida da vida lá fui. A meio do acesso pedonal, por entre folhas e flores, lagos e patos, vi um casal idoso a olhar para um pequeno muro. Páro, olho para o sitio para onde os senhores insistiam em olhar e vejo um gato sem um olho. Se calhar devia ter corrido e gritado mas não, preferi rir e ri bastante, não fosse a minha vida uma coincidência constante repleta de maus momentos, constragimentos...
Preciso de uma ida sem retorno.
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