14 de setembro de 2012

Merda. Somos.

A saudade de sentir a pele, de usar as tuas mãos para sentires alguém que não tu. O eriçar dos pêlos, o ofegar da nossa respiração e um enredo preso às suposições que ainda ontem eram apenas isso.

A maturidade de não nos prendermos a (pre)conceitos, nos defeitos lançados a cada palavra que diziamos.

Merda.
Somos.

É fodido passares tempo à procura de ser e de repente dás por ti, ali, num jardim público aberto para nós e para os nossos devaneios, a pedir cerveja, a trocar cigarros, a trocar os nervos e desejos por conversas que nem sequer nos interessavam.

Merda.

Conseguimos conhecer-nos melhor com o olhar - a merda do romantismo que só nos fode - com o sorriso, com o desejo do "é agora, i'm ready".

Merda.

Depois guardas-te no silêncio, isto não pode ser, pensas tu. É impossível o desejo ser racional, no fundo nem queriamos estar acordados tanto tempo, nem partilhar as experiências nem cheiros e mãos e pele e olhos e anáforas infindáveis. E...

Somos?

No dia seguinte, acordas com a maior tesão de sempre e mais uma vez arrependidos porque não ultrapassarmos mais uma vez as frustrações do passado.

Enfim.
Somos merda.

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