Deliciar-me com o teu sotaque, com a pronúncia que teima em tornar-se melodia e apaziguar-me. Ébria, páro. Andar só porque o caminho é fácil faz-me sentir inútil, como inútil ser a minha espera por ti. Inútil pensar que alguma vez daremos as mãos como fazem os enamorados, sendo inútil fazê-lo. A nossa aliança passa apenas por nós, porque somos o que somos, sem propósitos, sem objectivos de nos cativarmos mutuamente, somos a peça que ninguém compra, o olhar que raramente se cruza. Somos a raquete da meia merdosa ( e branca, vejam só), que o único palerma francês insiste em usar com o seu chinelo de "picina".
A arte que ninguém compra. Tu sabes.
Fico à tua espera no sítio do costume...
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